XXIII

que dor é esta que me toma o peito

e me consome a vida lentamente?

embora grande não me leva ao leito

é dor gigante a me deixar demente

eu que já tinha tudo por desfeito

vi-me tomar os dias a dor pungente

toda ela que já me havia eleito

o dono seu quase instantaneamente.

é dor de amor de ódio morte ou vida?

quem há de me dizer pro meu consolo

par’eu sentir a dor menos doída?

e vem alguém dizer que é do passado

vestígios de um amor mal concebido

a dor que há de me deixar curado.

Ronaldo Giusti
Enviado por Ronaldo Giusti em 24/08/2011
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