Marylin Monroe

Um sopro de Deus se movimentava sob o fio daquelas pálpebras

E o que havia naquele olhar fugiu da cova imunda

Da pele brotaram lírios de seus gestos de amor

Na aura da face profunda e bela o segredo se interpunha

A fatalidade se escondia sob as pétalas das unhas

E o sussurro naquele olhar era a escuridão das profundezas do mar

Ali estavam os navios, as pérolas

Velhos tesouros intactos

Em seu corpo o prazer em carro apocalíptico

Flor de perigo e totalidades

Amou até mais não poder

Tão menina, pura

Não sabia que o sorriso e os dentes abriam aos lobos famintos

As solenes portas do esplendor da obra do Criador

E os lobos a chacinaram

Levaram-na pelos becos da sordidez

Lamberam sua carne translúcida

Rosa e mártir da sensualidade

Voluptuosa criatura sob a pedra fúnebre

Diante dos que se banquetearam do sopro de tuas pálpebras

E gozaram nas tuas unhas de primavera

Beijaram e lamberam as pérolas de tua arcada dentária

Línguas dementes de feras sanguinárias

Até que a viram nua e desprotegida

Não eras Inês, mas enfim estavas posta em sossego

taniameneses
Enviado por taniameneses em 24/08/2011
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