Além do nada

Não sai poesia de mim,

não faço das rimas um fim

não tenho alma poeta

oposta, omissa quieta.

Rascunho a vida inteira

tentando tornar verdadeira

a fala que acalenta e tenta

calar a dor que arrebenta

Caminho no sentido oposto

tapando, escondendo o rosto

corro em direção contrária

em fuga da vida ordinária

Mas ela me tem nas mãos

e convivendo com os nãos

cegos torturando a alma

que segue em busca de calma

Edito, corrijo, crio, repenso

desfazendo esse nó tenso

que leva ao topo da escada

e termina além do nada!

Isabel Cristina Oller
Enviado por Isabel Cristina Oller em 23/08/2011
Código do texto: T3178406
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