(((((::::LICOR DAS CONCHAS::::)))))

Branca praia, hoje deserta e fria,

onde te vi um dia

Para sonhar, já tarde, eternamente,

com todo amor vivente

Acho (e jurei-o!) à nossa espera,

Intacto o rasto dos antigos passos,

Aquela praia, era espelho de pés leves, nosso laço!

— Vaivém sexual, que o mar lega — agora, tudo nos separa

Diz-me apenas se em teus olhos

Minhas lágrimas não vi?

Depois, calaram-se os versos

— Versos que desaprendi...

Tenho em mim colinas manchadas pelo inverno,

onde em cada instante o vazio cansado nos desfaz

mas não dilui as promessas de eternidade.

E eu imploro-te:

__ Bebe-me o licor das conchas

ignorando as nuvens e os astros.

O amor é um quarto fechado de sensações,

a respiração ofegante em ouvidos de paixões

O ranger da nossa cama

sobrepõe-se ao ruído das madrugadas insanas

Quando me pergunto onde estás:

uma inquietação me atravessa o espaço

Lembro-me do som dos teus passos,

uma respiração apressada,

ou um princípio de lágrimas,

A minha fome é ter-te olhado

Tenho a convicção dos temporais.

Mas se estás comigo, nada mais importa.

Fernanda Mothé Pipas
Enviado por Fernanda Mothé Pipas em 23/08/2011
Código do texto: T3177986
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