(((((::::LICOR DAS CONCHAS::::)))))
Branca praia, hoje deserta e fria,
onde te vi um dia
Para sonhar, já tarde, eternamente,
com todo amor vivente
Acho (e jurei-o!) à nossa espera,
Intacto o rasto dos antigos passos,
Aquela praia, era espelho de pés leves, nosso laço!
— Vaivém sexual, que o mar lega — agora, tudo nos separa
Diz-me apenas se em teus olhos
Minhas lágrimas não vi?
Depois, calaram-se os versos
— Versos que desaprendi...
Tenho em mim colinas manchadas pelo inverno,
onde em cada instante o vazio cansado nos desfaz
mas não dilui as promessas de eternidade.
E eu imploro-te:
__ Bebe-me o licor das conchas
ignorando as nuvens e os astros.
O amor é um quarto fechado de sensações,
a respiração ofegante em ouvidos de paixões
O ranger da nossa cama
sobrepõe-se ao ruído das madrugadas insanas
Quando me pergunto onde estás:
uma inquietação me atravessa o espaço
Lembro-me do som dos teus passos,
uma respiração apressada,
ou um princípio de lágrimas,
A minha fome é ter-te olhado
Tenho a convicção dos temporais.
Mas se estás comigo, nada mais importa.