Vento gelado
Depois de uma semana de sol ardido
Fui surpreendido pelo frio
Fiquei sob meu cobertor escondido
Fugindo desse vento gelado e sombrio.
Lá fora caía uma chuva fina
E com ela a neve esvoaçava
Molhava lentamente a insistente neblina
Que cada vez mais fria ficava.
E nessa queda de temperatura
Obriga a gente a tirar do baú um casaco
E a pele apresenta esbranquiçada e com rasura
Sem aquele brilho intenso e opaco.
Mas quando a noite chega e me abraça
Percebo nitidamente que o frio aumenta
Como se a gente fosse dela uma caça
Que sofre as conseqüências mais lentas.
E feito um lobo sem pelo e vadio
Fico à espera do sol esquentar
Enquanto a corrente de ar saboreia esse frio
E cheio de frio eu não vou levantar.
Minha lareira acesa, toda casa se aquece
Saboreio um vinho importado e penso em ti
A saudade me aborda e estremece
E dentro das limitações vou dormir.
E amanhã quando os raios solar aparecer
Eu deixarei minha cama e irei sair
Tenho outra semana pra sonhar e viver
Antes que uma névoa intensa possa impedir.
Francisco de Assis Silva é Bombeiro Militar em Rondonópolis,
Email assislike@hotmail.com