A TIRANA (Marco Aurelio Vieira) / TRISTEZA INDEVIDA (Jacó Filho)

Com fardos mui pesados sobre os ombros,

vou percorrendo o meu destino fero...

Atado aos tons escuros dos assombros

que cingem minhas ânsias com esmero...

Eu tento achar as chaves nos escombros

desses porões de desviver severo

e prosseguir, enfim, sob os ensombros...

Alívio, paz, eu juro, é o que mais quero.

Mas a vilã brutal, nefanda, insana

que sempre dominou-me a vida inteira

com sua adaga, a faca, desumana...

Jamais vai me deixar, cruel ceifeira,

ditando perdas, pranto, a vil tirana

tristeza, inseparável companheira.

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Obrigado, grande poeta e querido amigo JACÓ FILHO, pela gentil e bela interação:

TRISTEZA INDEVIDA

Eu não sei qual o momento que ela cisma,

Mas se escuta quando a minh'alma chora,

Chega, se instala, e não vai mais embora...

Não resisto das tristezas, tantos carismas...

Procuro razões de ser, numa mente vazia,

Pronta pra receber o que há de mais belo...

Mas na mesa do juiz, batem um martelo,

Com a trilha de espinho que me sentencia...

Revi meu passado, mas achei tão perfeito

Que um sorriso discreto, cobre meu rosto...

Então vem a tristeza aliada aos desgostos...

Numa curta prece, digo ao Pai que aceito,

Se souber em qual vida, foi o ato suposto...

E os sais das lágrimas impõem todo gosto...

Marco Aurelio Vieira
Enviado por Marco Aurelio Vieira em 23/08/2011
Reeditado em 24/08/2011
Código do texto: T3176695
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