Oca, poeisa
Não estou oca de poesia
Apenas por vezes deixo que o vento varra meu interior
E então respiro
Refaço-me de todas as perdas
In.sentidas
In.esquecidas
In.vividas.
Não estou vazia de poemas
Estou sim preenchendo-me de um mote maior
Deixo que todas as emoções
Surpreendam-me até não mais haver
Espaço algum onde não me estejam
Então, em poros a poesia se exala
Ganha ritmo
Ganha seu novo tempo
E se faz
Com garra e vida.
Construída na perspectiva de que um outro
Também coexista em mim
Nesse verso tresloucado
Nesse verso que espera para acontecer
E assim, conhecer o impossível
Não tão impossível
Conhecer o intocável
Já em sua forma palpável e bela
E já não estarei mais só comigo mesma
Serie uma aquarela nova.
Não estou isenta de poesias
Não me deixa nunca o meu versar
O que deseja meu verso é tão somente
Se encontrar naquilo que subsiste
Nas palavras que ainda não se pesaram
Nas palavras que ainda não me vieram
E que, no entanto,
Talvez já existam.
***imagens google***