Oca, poeisa



Não estou oca de poesia
Apenas por vezes deixo que o vento varra meu interior
E então respiro
Refaço-me de todas as perdas
In.sentidas
In.esquecidas
In.vividas.

Não estou vazia de poemas
Estou sim preenchendo-me de um mote maior
Deixo que todas as emoções
Surpreendam-me até não mais haver
Espaço algum onde não me estejam
Então, em poros a poesia se exala
Ganha ritmo
Ganha seu novo tempo
E se faz
Com garra e vida.

Construída na perspectiva de que um outro
Também coexista em mim
Nesse verso tresloucado
Nesse verso que espera para acontecer
E assim, conhecer o impossível
Não tão impossível
Conhecer o intocável
Já em sua forma palpável e bela
E já não estarei mais só comigo mesma
Serie uma aquarela nova.

Não estou isenta de poesias
Não me deixa nunca o meu versar
O que deseja meu verso é tão somente
Se encontrar naquilo que subsiste
Nas palavras que ainda não se pesaram
Nas palavras que ainda não me vieram
E que, no entanto,
Talvez já existam.




***imagens google***
AndreaCristina Lopes
Enviado por AndreaCristina Lopes em 23/08/2011
Código do texto: T3176434
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