A flauta mágica

Uma sequencia lógica

de tal harmonia inata,

que mais parece música

esse estar a olhá-la.

Métrica em conjuntura

com o todo que exala,

todo, tal qual uma peça

feita para escutá-la

em todo seu movimento,

seu ritmo e seu compasso

que para senti-la toda,

é preciso estar a amá-la.

Mais que isso, precisa-se

conhecê-la, frequentá-la,

em todos os seus aspectos:

do seu tudo ao seu nada.

Porque se música é ela,

seja romance ou ária,

se é toda ela harmonia

terá também a sua pausa.

Que é espaço onde ela

seu ser íntimo prepara

pra daí mostrar-se toda,

com seus mil sons enfeitada.

Pra não ser somente vista,

broncamente executada,

pois, para amar essa mulher

é preciso interpretá-la.

Dar textura ao seu canto,

sua forma e matemática,

e só assim desta forma

soará a flauta mágica.

Cujo canto milimetrico,

todo pudor extravasa.

É de uma tal melodia

que só resta apreciá-la.