Era de repente o frio...

Era de repente o frio...

depois, o verbo feito carne.

As bocas gemiam,

os lábios tremiam,

os gestos falavam.

Era de repente a cama...

depois a dose exata de si mesma.

Um pouco de pão,

um pouco de vinho,

o vento soprava.

E era de repente o frio...

depois o fulgor e a candura.

Não dizíamos nada

não queríamos nada,

os corpos faziam.

Então foi de repente a cama,

depois o calor gota a gota.

Cada gesto era único,

o prazer era único,

e o corpo tremia...

Era de repente o frio...

depois só um olhar instintivo,

estávamos nós na cama,

no calor de estar contigo

quando era de repente

FRIO.