Há quem viva há quem morre

Ó vida sofrida que tenho e nem ao menos meu rei tem compaixão

Sou pobre não tenho nenhum tostão em meu bolso furado e comido pelas traças

Todos ao me verem me ignoram e nem mesmo tenho uma casa ou um teto sobre minha cabeça

incomparavelmente falando me obrigastes então a comer os ratos

e com minhas roupas sujas e desconfortáveis eu planejo dormir

espero que não acorde com uma arma em minha cara, não terei para onde fujir

Não sei se me agarro a velha fé,aquela que me comeu por inteiro

agora no frio e no desespero o rei não me acolhe em seu lar

eu não posso gritar algo me consome por dentro como um câncer recém-nascido

em um mato qualquer me recolho, meu aposento sem dignidade

mas tenho certeza que meu rei sofre por minha falta ou por minha petulância

discretamente como uma ovelha que será abatida eu fecho meus olhos

esperando que meu segundo rei de vestes negras me acolha sem distinção

serei seu eterno leal empregado já que meu rei não me quis ao seu lado

deixo a você um recado grudado em minha testa,como eras ruim nem mesmo presta

que está carta que lhe sirva de um cruel conforto mas que não se mate

pois ó meu rei há quem viva há quem morre e concerteza já estas morto.

Dekatria
Enviado por Dekatria em 22/08/2011
Código do texto: T3174910
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