A morte nossa de cada dia

Às vezes saímos da cama

sem saber o que fazer da vida,

das divídas,

dúvidas,

dor de dente,

de cabeça,

de garganta.

Quase todo mundo

já abriu a janela

pensando em pular,

mas graças a Deus

existem os passarinhos,

que tiram nossos olhos do abismo,

levando nossas mágoas para o céu.

A vida para e continua

em seu seu torvelinho de contradições:

Pálidos homens, eternamente sufocados

por papéis e gravatas,

princesas cor de neve

enfeitam a alma da cidade

junto a folhagem outonal.

Sirenes, buzinas,

ambulâncias, carros de polícia,

trajetórias findam e começam

todo santo dia.

Pessoas correm com medo,

com raiva,

atrás do tempo,

de si,

da sorte,

da vida que escorre

até a morte.

Thiago Cardoso Sepriano

ThiagoCardosoSepriano
Enviado por ThiagoCardosoSepriano em 22/08/2011
Código do texto: T3174496
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