Tudo impróprio
Não há escadas, porém sobram degraus
Trabalhadores suam na corda bamba
Os chefes expiam pelas fechadas persianas
E jogam seus baralhos fartos de Ais de Paus
Entre as coisas atropeladas
Carroças e naves espaciais
As vidas que deslizam nas chuvas
Os homens fumando meteoritos
Crianças entre os dejetos
Os sonhos em detritos
A fome no final da feira
A disputa da xepa
Mega ambulatórios
Consultórios pra que tipos de males
Sanidade de que tipo de amor
O uso de tudo impróprio
O desgaste das vistas
As mãos desbastadas
Os lenços umedecidos
Das esperanças definhadas
Metas revisam nadas
Enquanto não se chega
Ao lugar que dizem ser algum
O nenhum nos apaga