Quando é sincero

Minha voz

É guerra

Sem arma

Salve a linguagem

Das letras minhas

Vamos juntas

De mãos dadas

Lavando nossos

Pertences

Palavras demais

Podem omitir e mentir

Não comigo

Não eU

As minhas

Guardam mistérios

Quem nem todo

Ouvido

Pode escutar

Nem todo

Olho nu

Pode avistar

eU não escrevo

Para agradar

Às vezes

Minhas letras

Vazam lá do outro lado

Ardendo

Queimando

Como o dom

Do fogo é capaz

De tocar

eU

Mergulhada

Como se fosse

Um leão marinho

Banhando a lagoa

Aqui desse lado

Movimentando

O fogo que me

Corta por dentro

Sem cegar

A voz

Sem ofuscar

O olhar pedreira

Por onde passo

É clarão

Até nas águas calmas

Da mãe cachoeira

Ou

Nas águas salgadas

Do velho mar

Hora arrebentação

Hora calmaria

Hoje,

Ninguém mais

Fecha as janelas

Do meU olhar

Confio no deserto

Dos meUs olhos

Mais que tudo

Sempre pensando

Em seguir em frente

Mesmo sem saber

Aonde o destino

Vai dar

Mansa, morna e doce

Vaso o marrom

Da menina que

Guia os meUs olhos

Um bom olhar

Para meditar:

O horizonte

Sempre me atraiu

Meu exigente chamar

É onde eU gosto

De me expressar.

Cássia Nascimento
Enviado por Cássia Nascimento em 21/08/2011
Código do texto: T3173490