Poeminha do Vagabundo Morto

se eu soubesse,

que a vida era nua. (Não usava máscara, era descalço como a pobreza dos pés)

Se eu soubesse,

Que a morte era o segredo. (Meus lábios feneceriam, enquanto devoro os outros)

Se eu soubesse,

Que o amor era loucura. (seria louco outra vez)

Se eu soubesse,

Que agonia era surda. (cantaria no seu ouvido)

Se eu soubesse,

Que o sol não era dos pobres. (contrariava Deus, como se fosse capaz)

Se eu soubesse,

Que a tristeza era à toa. (Seria boêmio, sem pés).

Pablo Diego
Enviado por Pablo Diego em 20/08/2011
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