Poeminha do Vagabundo Morto
se eu soubesse,
que a vida era nua. (Não usava máscara, era descalço como a pobreza dos pés)
Se eu soubesse,
Que a morte era o segredo. (Meus lábios feneceriam, enquanto devoro os outros)
Se eu soubesse,
Que o amor era loucura. (seria louco outra vez)
Se eu soubesse,
Que agonia era surda. (cantaria no seu ouvido)
Se eu soubesse,
Que o sol não era dos pobres. (contrariava Deus, como se fosse capaz)
Se eu soubesse,
Que a tristeza era à toa. (Seria boêmio, sem pés).