***PELO SILÊNCIO DA SOLIDÃO***

Meu verdadeiro conforto

Quando a sombra, a noite

Dos altos céus vem descendo,

A minha dor,

Estremecendo, acorda...

A minha dor é um leão

Que me devora o coração.

Aureolado pelo silêncio o rosto lança

na direção do escuro flanqueado

pelas sombras da esperança

Vêm de dentro a sua cor varia

pois escolhem a luz que o rosto cria

Brincaram as minhas mãos...

A frente da cortina

o vazio abriga a face atingida

pelas estrelas andaram

Misteriosas e distantes

o amor que me encantou por eternos instantes!

Num tempo estreito entre duas crateras

a que na sua frente recolhe os soluços

e o nada donde vieram...

Canto e choro amargamente;

Mas a dor, indiferente,

Continua...

A solidão refaz o enigma do corpo

que balança o espectro da esperança

Então, febril, quase louca,

Corro a ti - E a minha dor adormece,

E o leão é sossegado em boca louca.

O teu poder é enorme!

E eu vos digo, triste sangrando:

Andarei sempre ter -te por amor-amante

a viver uma vida inteira vazio constante

no palpitar de respiração ofegante

Grande vida, via de mão oscilante

tal amor, tal dor - a morte dilacerante!

Fernanda Mothé Pipas
Enviado por Fernanda Mothé Pipas em 20/08/2011
Código do texto: T3172077
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