***PELO SILÊNCIO DA SOLIDÃO***
Meu verdadeiro conforto
Quando a sombra, a noite
Dos altos céus vem descendo,
A minha dor,
Estremecendo, acorda...
A minha dor é um leão
Que me devora o coração.
Aureolado pelo silêncio o rosto lança
na direção do escuro flanqueado
pelas sombras da esperança
Vêm de dentro a sua cor varia
pois escolhem a luz que o rosto cria
Brincaram as minhas mãos...
A frente da cortina
o vazio abriga a face atingida
pelas estrelas andaram
Misteriosas e distantes
o amor que me encantou por eternos instantes!
Num tempo estreito entre duas crateras
a que na sua frente recolhe os soluços
e o nada donde vieram...
Canto e choro amargamente;
Mas a dor, indiferente,
Continua...
A solidão refaz o enigma do corpo
que balança o espectro da esperança
Então, febril, quase louca,
Corro a ti - E a minha dor adormece,
E o leão é sossegado em boca louca.
O teu poder é enorme!
E eu vos digo, triste sangrando:
Andarei sempre ter -te por amor-amante
a viver uma vida inteira vazio constante
no palpitar de respiração ofegante
Grande vida, via de mão oscilante
tal amor, tal dor - a morte dilacerante!