Em transe
O abismo
Procura-me desesperado
Esperando que
Eu caia nele.
Sua garganta profunda
Para no portão
De um mundo desconhecido
Meu outro eu
Está lá
Parece me esperar
O pensamento desaba
Mergulhado no vazio infindo
Sendo cegado
Por uma espessa ausência de luz
Ruídos fazem
As sombras
Dançarem em espiral
Contorcendo-as
Uma ponte aperece
E antes mesmo de em algo eu pensar
Ela some tão de repente quanto apareceu
Vi que meu outro eu estava sobre ela.
Quando olhei ao meu lado havia
Surgido uma janela
Abro-a e vejo por ela
Outros mundos sem definidas formas geométricas
Tive receio em atravessá-la
Mas a perder eu já não tinha nada
Passei por a mesma
E percebi estava no caminho para casa
Uma nuvem no céu corria atrasada
Um pássaro feliz, cantara.
E até agora
Ficou a dúvida de onde eu estava?