Em transe

O abismo

Procura-me desesperado

Esperando que

Eu caia nele.

Sua garganta profunda

Para no portão

De um mundo desconhecido

Meu outro eu

Está lá

Parece me esperar

O pensamento desaba

Mergulhado no vazio infindo

Sendo cegado

Por uma espessa ausência de luz

Ruídos fazem

As sombras

Dançarem em espiral

Contorcendo-as

Uma ponte aperece

E antes mesmo de em algo eu pensar

Ela some tão de repente quanto apareceu

Vi que meu outro eu estava sobre ela.

Quando olhei ao meu lado havia

Surgido uma janela

Abro-a e vejo por ela

Outros mundos sem definidas formas geométricas

Tive receio em atravessá-la

Mas a perder eu já não tinha nada

Passei por a mesma

E percebi estava no caminho para casa

Uma nuvem no céu corria atrasada

Um pássaro feliz, cantara.

E até agora

Ficou a dúvida de onde eu estava?

Odirlei Lopes
Enviado por Odirlei Lopes em 20/08/2011
Reeditado em 01/06/2013
Código do texto: T3171600
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