Indignação

Cantos, louvores, melodias

Imersas as dores sentidas

Povo que sofre...

Sorri do que tortura

Acostuma-se com grandes equívocos

Pensa ter o que lhe cabe

Corruptos senhores de engenho

Disfarçados em paletós e gravatas

Ternos de grife,

Comprados com os excessos

Remunerações, absurdos.

E a honra, integridade

Dos que deveriam exemplificar

Caminham entre CPIs

Corruptos, Políticos, Inconscientes

Que vertem rios de lágrimas

Desespero gerando vícios

Impregnando sutilmente

A ideia de sucessos

Fundamentados em favores e permutas

Sombria desdita de quem se julga impune

As leis que regem a vida!

Dentre os sorrisos perfeitos

Há os lamentos dos pobres

Que se descobrem no frio

Alimentam-se de vazios

Recebendo como esmola

O que de direito lhe cabe

São discursos inflamados

Tão sutilmente preparados

Para incutir inverdades

Promessas encobertas

Desonestidade

Não há notícias de justiça

Ou mesmo mudanças de vidas

Daqueles que dela se fazem

Descobrem-se falcatruas

Escondem-se o tempo preciso

Nem sentem o tempo perdido

Retornam as grandes retóricas

Construtores de histórias

Versadas em indignação.