Estranha afeição
Estranha voz
Nem lamento
Nem ternura.
Têm-se as fotos expostas.
Enraizadas no silêncio mineral.
De ilesos sentimentos,
Nessa voz noturna.
Gemidos, sílabas de astros,
Suspensos de alegria vã
Na claridade febril.
Novamente a voz
Que procura o desejo.
Para dormir o sono.
De amar com nossa vida,
Tanto destino incerto.
Beijar os lábios de verão
Nessa paixão intacta
De madrugada platônica.
Furiosa como um dano,
Irreversível como traição irresistível.
Voz que há de queimar os seios
Na ironia desbocada
Para reagradecer o gozo.
Refletir onde começa o nome
A se fazer presente, constante.
Entre mundos tão distantes...
Estranha voz presente no ausente.