Estranha afeição

Estranha voz

Nem lamento

Nem ternura.

Têm-se as fotos expostas.

Enraizadas no silêncio mineral.

De ilesos sentimentos,

Nessa voz noturna.

Gemidos, sílabas de astros,

Suspensos de alegria vã

Na claridade febril.

Novamente a voz

Que procura o desejo.

Para dormir o sono.

De amar com nossa vida,

Tanto destino incerto.

Beijar os lábios de verão

Nessa paixão intacta

De madrugada platônica.

Furiosa como um dano,

Irreversível como traição irresistível.

Voz que há de queimar os seios

Na ironia desbocada

Para reagradecer o gozo.

Refletir onde começa o nome

A se fazer presente, constante.

Entre mundos tão distantes...

Estranha voz presente no ausente.

Tércio Ricardo Kneip
Enviado por Tércio Ricardo Kneip em 20/08/2011
Reeditado em 20/08/2011
Código do texto: T3171044
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.