O PÃO DO POETA
Pensando ser um poeta
Tentei fazer um poema
Ideia pouco correta
Pois foi um grande problema
Faltou-me inspiração
Na hora que veio a fome
E pus-me a fazer o pão
Do pão que o poeta come
Eu faço pão, meu amigo
Tal qual um velho padeiro
Farinha pura de trigo
É coisa que pego primeiro
Fermento, óleo e sal
Uns quatro ovos de pata
Se falta o leite integral
Coloco um tanto de nata
Amasso e deixo crescer
Tirando das mãos a massa
De novo tento escrever
Mas fico mesmo sem graça
Por fim coloco no forno
O pão que vai me saciar
Depois me vem o retorno
É só um pouco esperar
Espero e penso na vida
Querendo ser um poeta
Mas essa via é sofrida
Não deixa a vida completa
Gansos, galinhas e patos
Me trazem satisfação
Não tenho outro trabalho
É mesmo o meu ganha-pão
O pão agora está pronto
Espero um pouco esfriar
Rabisco então mais um conto
Não quero mais poetar
No fim eu fico orgulhoso
Do belo pão que eu faço
Macio, farto e cheiroso
Alguém aceita um pedaço?