O PÃO DO POETA

Pensando ser um poeta

Tentei fazer um poema

Ideia pouco correta

Pois foi um grande problema

Faltou-me inspiração

Na hora que veio a fome

E pus-me a fazer o pão

Do pão que o poeta come

Eu faço pão, meu amigo

Tal qual um velho padeiro

Farinha pura de trigo

É coisa que pego primeiro

Fermento, óleo e sal

Uns quatro ovos de pata

Se falta o leite integral

Coloco um tanto de nata

Amasso e deixo crescer

Tirando das mãos a massa

De novo tento escrever

Mas fico mesmo sem graça

Por fim coloco no forno

O pão que vai me saciar

Depois me vem o retorno

É só um pouco esperar

Espero e penso na vida

Querendo ser um poeta

Mas essa via é sofrida

Não deixa a vida completa

Gansos, galinhas e patos

Me trazem satisfação

Não tenho outro trabalho

É mesmo o meu ganha-pão

O pão agora está pronto

Espero um pouco esfriar

Rabisco então mais um conto

Não quero mais poetar

No fim eu fico orgulhoso

Do belo pão que eu faço

Macio, farto e cheiroso

Alguém aceita um pedaço?

Egon Werner
Enviado por Egon Werner em 20/08/2011
Código do texto: T3170976
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