SEREIA DO AMOR
coração apunhalado
pela vil infidelidade
da sereia do amor
velejo numa jangada
na praia do Olho D´Água
como se fosse Ulysses
regressando da Guerra de Tróia
boiando à deriva
bebo náufrago o sal
da desilusão amorosa
um ciclone invade
meu peito dilacerado
sessentão sinto-me
um adolescente extemporâneo
a dor do amor traído ataca
em qualquer idade
sou um dinossauro contemporâneo