JURAMENTO DO ESCREVENTE
Temos, nós, escreventes
Leite quente a amornar sofridas
Dores de vidas partidas
Em palavras pungentes
Ungüento pra feridas ardidas
Em versos comoventes
E para membros dormentes
Estrofes de prazer e luxuria
Montadas em versos calientes
De nossos dedos velozes
Surgem fortes algozes
De solidão e tristeza
Mas também jorra beleza
De uma flor e de uma saudade
Nos escreventes, temos
O dever e o direito
De escrever por escrever
De nem saber o que escrever
De querer e não poder
De poder e não fazer
Mas inevitavelmente
Em papel de carta
Ou linho de pão
Não tem como não sair
Da mão deste escrevente
Qualquer coisa,
Qualquer símbolo
Palavra solta ou
Manuscrito
Quando a alma incendeia
Pelas mãos estremecidas
Nós, escreventes
Não temos saída, a não ser
escrever
Temos, nós, escreventes
Leite quente a amornar sofridas
Dores de vidas partidas
Em palavras pungentes
Ungüento pra feridas ardidas
Em versos comoventes
E para membros dormentes
Estrofes de prazer e luxuria
Montadas em versos calientes
De nossos dedos velozes
Surgem fortes algozes
De solidão e tristeza
Mas também jorra beleza
De uma flor e de uma saudade
Nos escreventes, temos
O dever e o direito
De escrever por escrever
De nem saber o que escrever
De querer e não poder
De poder e não fazer
Mas inevitavelmente
Em papel de carta
Ou linho de pão
Não tem como não sair
Da mão deste escrevente
Qualquer coisa,
Qualquer símbolo
Palavra solta ou
Manuscrito
Quando a alma incendeia
Pelas mãos estremecidas
Nós, escreventes
Não temos saída, a não ser
escrever