A MORTE DO ZEZINHO DA ALEGRIA

José...

José quando menino

De todo mundo

O mais franzino.

Corria,

Pulava,

E gritava

Esperteza não lhe faltava.

Seu sorriso era tão puro

Quanto o campo em que morava.

O Zezinho da alegria

Como o povo o chamava.

Querido,

Piadista,

E gozador

Bem humorado o franzino menino.

Adolescência é complicação,

Olhar morteiro

De moça urbana

Entristeceu seu coração.

Chorou,

Sofreu,

Morreu.

É pena que jazia o Zezinho da alegria.

Olhou-se no espelho

Com olhar triste de Saqué,

Arma virada para o peito:

- É agora José...

Ninguém mais lembra

Da alegria do José.

Mas tem gente que jura

Que o estampido era um 38.

Renann Calazans
Enviado por Renann Calazans em 19/08/2011
Reeditado em 24/05/2016
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