O POETA E O VERSEJADOR*
Os versos que escrevo são remédios
Que tomo para aplacar a dor que sinto
Por muitas vezes não entender
O mundo dos homens.
Sou anjo encarnado em corpo de sangue e carne?
- ou um louco dado à esquizofrenia paranóica.
Não entendo este mundo que é tão diferente
De meu mundo particular
- a vida não precisa ser compreendida,
Basta-nos vivê-la.
Aqui, neste planeta louco, os homens perdidos,
Como eu
– louco são os outros e nunca a gente mesmo -,
Não podem manifestar seus sentimentos, às vezes.
Os anjos não se envergonham de mostrar suas emoções
(“Homem que é HOMEM não chora!
Jesus chorou – e aí?)
Neste mundo só me resta poetizar.
É ato através do qual extravaso minha dor
Por ser anjo em corpo humano
Por viver em um mundo que não é o meu.
Isto é poesia POESIA
Ou será a minha revelada hipocrisia?
E agora, Poeta?
Ah, sou só um versejador
E quando muito um fracassado escrevedor
Como a muitos outros Poeta.dores.
*Como disse o sábio:
“só aqueles que são verdadeiramente felizes
conseguem rir de si mesmos. Os infelizes
acham que são nobres e só caçoam do alheio.”
L.L. Bcena, 08/01/2000
POEMA 318 – CADERNO: ROSA VERMELHA.