BAILARINO
As minhas ilusões enamoradas
lavavam perdições das descobertas...
Levavam minhas ânsias mais incertas
aos banhos de solares madrugadas...
As minhas ilusões apaixonadas
faziam desatentos meus alertas...
As portas e janelas bem abertas
às tantas ventanias desvairadas...
E eu, feito um bailarino ensandecido,
pairando, aos passos leves, distraído,
não via que rodava em planos tortos...
Rodava e me envolvia e me entrançava...
Todo amarrado em sedas, eu bailava...
Até cair-me, exausto, em sonhos mortos.