Voluptuosa Água...
Teu olhar lacrimeja violinos,
voluptuosa Alma.
Teu silente corpo - sussurra infinitas palavras...
Delirar em teu cetim,
soluçar sobre tua fronte nua,
desfolhar em teus lábios o desejo,
desfalecendo o esquecimento de tudo...
Ser tarde outonal,
rainha das folhas mortas,
anoitecer em tua luz maçã,
em sua sede agônica e cruel.
O vento soa Luxúria,
sangrando na entranha de uma rosa,
os rastros selvagens dos Amantes.
Sua seda afiada vermelha,
na língua de cinzel,
cintilando versos de morte.
Silêncio surreal,
lâmina doce,
ânsia de minh'alma,
voz de minha fonte.
Silenciar teu corpo em um beijo,
e serpentear teu abismo até a obscura Morte.