XVIII
vem o passado
(embrulhado em papel de pão)
e diz que já é tempo
de pagar o conserto
da velha máquina de escrever
o passado é a velha tecla empoeirada
suja de tinta e lubrificante
que “seu” jordão limpava com paciência
e sabia que ela jamais seria a mesma
e já não gravaria como antes
na branca pele do papel “chamex”
mas a tecla do teu sorriso
iluminada pelos olhos de criança
cravava em mim um chamado
(algo que jamais entendi)
talvez um apelo que detrás da porta
me acompanharia os passos
para sempre