XVIII

vem o passado

(embrulhado em papel de pão)

e diz que já é tempo

de pagar o conserto

da velha máquina de escrever

o passado é a velha tecla empoeirada

suja de tinta e lubrificante

que “seu” jordão limpava com paciência

e sabia que ela jamais seria a mesma

e já não gravaria como antes

na branca pele do papel “chamex”

mas a tecla do teu sorriso

iluminada pelos olhos de criança

cravava em mim um chamado

(algo que jamais entendi)

talvez um apelo que detrás da porta

me acompanharia os passos

para sempre

Ronaldo Giusti
Enviado por Ronaldo Giusti em 18/08/2011
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