Estilhaços...
Por que não me compreendes, por que me negas o perdão
ando perdida sem teu afeto e atenção
ando desprezada e infeliz sem teu carinho, to na contramão.
te procuro a cada porta batida a cada estrada perdida
te procuro nos meus momentos de inconsciência ou de lucidez
nas minhas lamúrias e desenganos, com altivez
te vejo pela frestas das portas
ou quem sa em momentos de puro delírio
estais tão próximo, mas me negas teu abraço teu abrigo
és o ar que respiro a minha mais sóbria memória
és o meu inverso, o meu lamento incontido
o amor que nos une é visceral, puramente carnal
pois sou teu sangue, pele e rubor
aqui na memória me consumo
na angustia de querer tão pouco,
na minha mais pura incerteza do amanhã
me contenho de um nada absoluto
no exagero do que nada fui e do que me resta
me procuro onde nunca me encontrei
e tento me refazer de pedaços que fiquei
que jamais farão parte
do meu eu em estilhaços....