Estilhaços...

Por que não me compreendes, por que me negas o perdão

ando perdida sem teu afeto e atenção

ando desprezada e infeliz sem teu carinho, to na contramão.

te procuro a cada porta batida a cada estrada perdida

te procuro nos meus momentos de inconsciência ou de lucidez

nas minhas lamúrias e desenganos, com altivez

te vejo pela frestas das portas

ou quem sa em momentos de puro delírio

estais tão próximo, mas me negas teu abraço teu abrigo

és o ar que respiro a minha mais sóbria memória

és o meu inverso, o meu lamento incontido

o amor que nos une é visceral, puramente carnal

pois sou teu sangue, pele e rubor

aqui na memória me consumo

na angustia de querer tão pouco,

na minha mais pura incerteza do amanhã

me contenho de um nada absoluto

no exagero do que nada fui e do que me resta

me procuro onde nunca me encontrei

e tento me refazer de pedaços que fiquei

que jamais farão parte

do meu eu em estilhaços....

Edeneide Xavier
Enviado por Edeneide Xavier em 18/08/2011
Reeditado em 18/08/2011
Código do texto: T3167034