O LAÇO MACHUCA A FITA

Se você guarda versos que não são meus,

lembro-me de que não escreveu pra mim

as palavras doces daquele inverno

e de que a lua, que eu quis nossa, é dos poetas.

Se você guarda segredos de beijos que não são meus,

sou o entrave nos dizeres desentendidos.

São apostas passionais esperando o próximo outono,

para os novos enlaces casuais.

Nossas primaveras sintonizam as cores e os perfumes,

para guardar as palavras que exporiam o ciúme,

para aceitar o olhar perdido.

Eu não vou fugir do fogo do verão.

Eu não abro mão do próximo abraço.

Eu quero a vida cena a cena.

Luís César Padilha
Enviado por Luís César Padilha em 18/08/2011
Código do texto: T3166666
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