PRAÇA, MADRUGADA, CHUVA

As putas vagam pela praça,

sombras trêmulas

sob as luminárias.

Gente bêbada em cadeiras brancas

cospe palavras fermentadas.

Saias curtas, shortes curtos,

dignidade curta.

Seios e sonhos perscrutam a chuva.

Outro bando de aves noturnas

pousam para os lados da P.V.

Outras mulheres, ocasionalmente, homens,

e suas vozes graves

sob uma lua tirante a grená.

Falsos decotes, falsos cabelos,

meia-calças falsas.

Ambos os sonhos semeiam as calçadas...

Enzo Carlo Barrocco
Enviado por Enzo Carlo Barrocco em 06/07/2005
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