O CÍCLOPE

No meio da testa o terceiro olho reclama

Há uma chama que se nega a apagar,

São as relíquias do remoto velho mundo

São as lembranças que retornam devagar

Ninguém duvida que sou viva e verdadeira

Mas algo morto permanece bem aqui

Aspiro o cheiro da carne apodrecida

Sei que é tarde e preciso enfim partir

Não há quem possa suportar toda história

Poucos conhecem a verdadeira razão

De estarmos todos aqui, no mesmo barco

Compartilhando desta tola ilusão

Fecho meus olhos, mas o cíclope me vigia,

Não renuncia ao passado relembrar

Levanto e fujo, mas a forte mão do monstro

Tolhe-me a passagem me fazendo retornar

Para abrir meu cego olho apagado

Para olhar para meu passado impuro

Para mostrar que estará sempre do meu lado

Mantendo vivo meu passado e meu futuro.

Franz Znarf
Enviado por Franz Znarf em 17/08/2011
Código do texto: T3166010
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