Fantasmas mascarados de demónios…mas não passam disso…de meros fantasmas…
Que se manifestam
No lugar comum da noite
Quando deixamos de nos rodear de pessoas
Ou nos ausentamos delas
Para nos rodearmos de nós
Sendo então pasto
De infinitas assombrações
Mas quando a luz chega
Reparamos com assombrosa lucidez
Que isso não valeu quase nada
Mexeu apenas com algumas nossas sombras
Com algumas mal resolvidas questões…
E no entanto
No pico da escuridão
Deixamo-nos levar
Para certas estradas
Certos caminhos
Onde nos sentimos
De forma insustentável
Mesmo que acompanhados
Avassaladoramente sozinhos…
E então coisas sem corpo
Adquirem o corpo
De milenares demónios
Adaptados aos novos tempos
Às nossas gentes
E assim se adaptam a nós
E o que nos magoa
Que queremos que fique para trás
De uma forma repentina
Se torna terrivelmente presente…
Morremos e renascemos nessa altura
À velocidade da luz
Num insustentável leveza de ser
Por vezes de facto infernal
Onde o inimigo
Somos nós
E a gestão que fazemos
Daquilo
Que de forma pacifica sentimos…
Real
Virtual
Ou mesmo real…?
Não há razões absolutas
Não há um juízo perfeito
Que nos possa dizer
Se na noite estamos certos
Ou estamos enganados
A única resposta possível
É se quando chegar a madrugada
O que sentimos se dissipa
E sentimos que não vale de facto nada
Porque a realidade e a lucidez de mentes
De corpos deverá sempre prevalecer
Reparando de facto que
Fantasmas mascarados de demónios…mas não passam disso…de meros fantasmas…