[Suave é o Dia]
[Eu, numa qualquer ilha do mundo sem fim...
Se eu morrer, é óbvio, eu paro de recriançar-me... Só assim!]
Num dia chuvoso, a lenha sequinha e pronta
para queimar.
A dança das chamas tímidas, pequenas,
e os meus olhos perdidos nelas...
O céu indo para um lindo azul-chumbo,
e eu ansioso pela revoada das tanajuras!
O aroma do café que se evola
na fumacinha branca que escapa do bule.
O pão sequinho, estalando em soltas côdeas
pela tábuas da mesa [sem forro], lisas como eu gosto!
A manteiga amarelinha porejada
de gotinhas quase transparentes.
A mesa [sem forro!] com brancas xícaras de louça...
O queijo fresco chiando na chapa do fogão...
... E na porta da rua, uma pessoa muito querida
que, sob o brilho do meu olhar surpreso,
enquanto abre um sorriso prazeroso,
limpa os pés do barro da chuva da primavera
no rapapé encravado ao lado do pé de guiné.
...E da velha Minas verte o [meu] mundo até hoje!
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[Desterrro, algum dia de 1998]
Texto excerto do meu "Caderninho 2" - a gostosura de capturar ideias...