[Suave é o Dia]

[Eu, numa qualquer ilha do mundo sem fim...

Se eu morrer, é óbvio, eu paro de recriançar-me... Só assim!]

Num dia chuvoso, a lenha sequinha e pronta

para queimar.

A dança das chamas tímidas, pequenas,

e os meus olhos perdidos nelas...

O céu indo para um lindo azul-chumbo,

e eu ansioso pela revoada das tanajuras!

O aroma do café que se evola

na fumacinha branca que escapa do bule.

O pão sequinho, estalando em soltas côdeas

pela tábuas da mesa [sem forro], lisas como eu gosto!

A manteiga amarelinha porejada

de gotinhas quase transparentes.

A mesa [sem forro!] com brancas xícaras de louça...

O queijo fresco chiando na chapa do fogão...

... E na porta da rua, uma pessoa muito querida

que, sob o brilho do meu olhar surpreso,

enquanto abre um sorriso prazeroso,

limpa os pés do barro da chuva da primavera

no rapapé encravado ao lado do pé de guiné.

...E da velha Minas verte o [meu] mundo até hoje!

______________

[Desterrro, algum dia de 1998]

Texto excerto do meu "Caderninho 2" - a gostosura de capturar ideias...

Carlos Rodolfo Stopa
Enviado por Carlos Rodolfo Stopa em 17/08/2011
Reeditado em 17/08/2011
Código do texto: T3164683
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