*

Recidiva*

cubro lápides de dores e poemas
sou nada e tenho o vazio nas mãos
estendidas entre sentidos e incertezas
trago no olhar o temor frio e amargo
quedo-me ante o obscuro ondear desse fardo...

sou só um sopro de oceano
sem calmarias- adormeço por um instante, a vida.

cubro a pele com todo o pó do esquecimento
quisera marulhar coração e alma no areal
ser apenas gota, suor de amor- paixão e sal-

-mas não-

sou só um verbo na areia sem sonho
cuja palavra chora seu abandono

a realidade talha-me ao meio
sou nada, sei-me só corpo finito
talvez um verso eternizado
no olhar daquele céu
que um dia se fez mais bonito...

karinna*


*Acomodo-me no silêncio de mim mesma enquanto a vida parece esvair-se numa in_certeza.
Exaurida, por fim, minha alma resigna-se.
Até.K*

Karinna
Enviado por Karinna em 16/08/2011
Código do texto: T3164433