INCONSTÂNCIAS
Pisando as folhas secas de alamedas,
a ouvir seus gritos quando trituradas,
retorno aos dias que eram como sedas
de brilhos e de verdes enfeitadas...
Eu sei que as ventanias delicadas
que fazem mil carícias meigas, ledas
em minhas faces rudes, já cansadas,
também assanham, brutas, labaredas...
A caprichosa vida de inconstâncias,
unindo, às calmarias, tantas ânsias,
rejeita o olor dos bens definitivos...
Então, melhor calar as vãs lamúrias
do peito em campo infértil de penúrias,
pois sempre surgem novos brotos vivos.
Inspirado nos sonetos
“Falenas”, de Aarão Filho,
“Ciclos (VII)”, de Edir Pina de Barros,
“Estrada a fora”, de Auta de Souza.