Sem Mais Pensar Em Adeus
Eu nunca sei onde ancoro...
vago buscando a chegada,
sou peregrino onde moro:
sigo só na madrugada!
Sigo andante, meio errante
um passageiro indeciso,
solitário navegante,
pelo mar grande e impreciso.
Vou buscando a alvorada,
ou um porto onde parar,
que seja figura amada...
um corpo para abraçar.
Vou buscando em nostalgia
o sonho contido em mim...
o amor de uma poesia,
gigante, longo e sem fim.
Busco andante uns olhos puros
que mirem profundamente,
e derrubem velhos muros,
que trago firmes na mente.
Quero o desarme do pranto,
que trago guardado em mim,
quebrado pelo encanto
de alguém que me olhe assim.
Sigo errante a procura,
do rumo e de onde está,
aquele olhar de ternura,
que sei... me transformará.
O meu porto o meu caminho,
está no amor que quero,
alguém por aí sozinho,
que desde sempre eu espero.
Busco a alma semelhante
e quem me busca também,
que está pela vida errante,
que almeja em ser só de alguém.
Encontrarei lá meu porto,
no canto dos braços seus,
meu bom lugar , meu conforto,
sem mais pensar em adeus!