2011

2011... Ano do caralho.

Abandonei uns velhos vícios

E adquiri outros.

Empapei meu travesseiro com

Lágrimas de dor

Lágrimas de discórdia

Lágrimas de frustração

e Lágrimas de amor

Não correspondido

E também correspondido, porém

Supurado

Feito chaga.

Aconteceram coisas inimagináveis

Tais como

Ter hemorragia nasal por 7 noites seguidas

Ler 4 livros ao mesmo tempo e não terminar

Nenhum.

Arranjar um emprego que não me faça acordar

Sob um sufocante manto de desejos suicidas

Ver os últimos três pedaços de papel higiênico

Sendo os meus depois de uma crise de diarréia

- Sem nenhum rolo extra ao alcance das mãos

(Aliás: da mão - esquerda, pois a direita estava

Quebrada e engessada até o cotovelo).

Neste ano desgraçado de confuso

Eu também descobri que quem

Consegue estragar o meu dia

Todas as noites

Com falta de bom senso

Acorda duas da tarde

Assiste Power Rangers no sofá

Não consegue fechar um pote de manteiga

Enche a casa de miseráveis da própria laia

E que de longe rescendem a cu sujo

E que é o motivo maior para que minha progenitora

Me faz querer ter um AVC toda vez que diz

Que eu tenho que ter paciência.

Em 2011 - esse ano filho da puta de ruim

Cheguei à tardia constatação de que

Ninguém menos do que a Pink

Compôs uma música pra mim.

2011, que também pode ser nomeado como

O ano que nem mil poesias decadentes como esta

Conseguirão expressar a metade das coisas

Terríveis

Que inspirou.

16/08/2011 - 15h00m

Rafael P Abreu
Enviado por Rafael P Abreu em 16/08/2011
Reeditado em 17/08/2011
Código do texto: T3163550
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