Sobre "Um Homem de Opinião"
Não fosse a minha dificuldade de expressão,
não fossem estes sentimentos subjacentes,
estes pensamentos desconexos, eu gritaria ao mundo,
que tive o melhor pai do mundo.
Eu escreveria o mais belo poema de gratidão e respeito ao meu pai.
O título seria: O sensível homem de aço.
Eu escreveria um romance, cujo protagonista –
meu pai, seria um herói corajoso, forte, honrado...
Seria a história real de sua vida. O título seria: O homem cerne de aroeira.
Eu construiria um monumento que legasse à posteridade seu porte altivo,
do homem que enfrentou as grandes lutas corajosamente.
Eu colocaria, neste monumento, uma placa com a inscrição:
“Arregaçar as mangas. Enfrentar de unhas e dentes”.
Por ser essa a postura que meu pai sempre teve no trabalho... Na vida.
Eu escreveria a mais comovente crônica, narrando aquela inesquecível última noite;
quando seus olhos... Ah! Nunca me esquecerei seus olhos...
Me falavam tantas coisas e, tristemente, não as pude entender.
Fico a me perguntar, oh! Meu pai: no seu momento extremo, fui o apoio certo?
Falei às palavras que gostaria de ouvir?
Sinto-me com a sensação de que deveria ter feito mais...
Perdoe-me, pai.
Saiba que nunca o esquecerei e que lhe serei grato eternamente.