A gaveta do poeta
Ao poeta foi permitido
A magia de ver o invisível.
Põe sua idéias e emoções
Dentro de uma gaveta qualquer,
Sem chaves, sem trancas, sem medos
E deixa que a abram.
Só ele sabe o tesouro que guarda,
Os outros o chamam de louco
Por acharem a gaveta vazia,
Mas dela, saem sonhos dourados,
Saudades distantes...
O poeta em sua gaveta guarda até o tempo,
Guarda estrelas, flores,
Guarda até mesmo pensamentos.
Na gaveta do poeta estão guardados
O silêncio, a saudade, ilusões,
Até versos ainda não escritos...
Nela o poeta guarda todas as palavras,
Ainda que em desordem,
Mas sabe busca-las quando precisa,
Sabe onde está cada uma delas,
Por vezes nem é preciso abrir totalmente a gaveta.
Muitos e muitas vezes perguntam se ela é mágica,
Por caber ou guadar tanto...
Outras, por não conseguirem vê-la, coitados!
Acham que não existe. Entretanto
Há momentos, que até mesmo o poeta
Não consegue abri-la, em outros
Seus guardados saem tão efusivamente,
Quase que fugidos, e lá vai o poeta
Busca-los lentamente no tempo,
Como o passado, uma saudade antiga, o silêncio,
E por vezes, até o homem que guarda
O próprio poeta.
E assim ele guarda seu tesouro
Em uma gaveta que alguns acham que não existe,
Outros acham que é magica,
E só mesmo o poeta sabe abri-la,
Com um simples toque de coração,
Ou talvez de ... saudade.
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