Só eu sei
Só eu sei do abraço implorado
A emoção gotejada
Violentando em solidão.
Essas imagens indeléveis
Esmiuçando sorrateiras lembranças
Fazendo lambanças no meu coração.
Chego a ter tremor
Do que vejo mergulhado
Nesse cálice vitimado
Em gotas de amor.
Quando apuro os ouvidos
Sinto sons dissolvidos
Rangendo lugares vazios
Que a memória não expulsou.
Sei da segregação respondida
Da cegueira assumida
Que lente não refratou.
A cabeça que atormenta
Aos goles fomenta
O desejo que ficou.
Só eu sei...