A noite se abre em solidão

A noite se abre em solidão

A lua em sono profundo

Não há estrelas nem turbilhão

Na noite de silêncio agudo

Vejo um mundo sem expressão

Astros cochilam, é minha impressão

O céu está sizudo, orfão de claridade

Assim está o meu ser, farto de desilusão

Débil, sequioso de verdades,

Penso que perdi a autenticidade

Viajo em meus pensamentos

O que vejo não trago comigo

Deixo por lá meus tormentos

Sonho de cetim vagando ao vento

Noite de tumulto em meu abrigo

Diná Fernandes