Pobre de mim
Pobre diabo
Caminha debaixo do manto negro da noite sobre olhares desconfiados
Arrastado pelo seu estigma de ser de ter de ir de não e de sim, para si e não por ti.
Logo eu que tanto me amo não consigo me ver nem através de um espelho
E de fato mesmo de olhos vendados consigo enxergar esse pobre demônio através do que me enfiaram pela garganta, que não me mostra nenhuma novidade, a não ser o previsto e desejado.
Negros olhos que não são meus
Carregados, nebulados e areados como os olhos do mesmo nefasto que atravessa o nada árido vigiado pelo deus sol.
De fato queima menos que o ardor que estigma o teu ser
Pobre diabo
Evitado, temido e fomentado por aqueles que saem da conveniência coletiva que limpam os olhos e soa aos ouvidos embriagando a alma com o conforto paliativo de o seu ter para o seu ser
Pobre diabo
Não goza do meu gozo
Não fala minha fala
Nem exala o teu cheiro em meu ar
No entanto
Não consigo limpar os meus olhos, minha fala não é sonora e não plena a minha alma que tanto inocento; para condenar-te.
Pobre diabo que caminha na escuridão