Vias
Por fim, a autonomia!
Duas vias foram desenhadas
Posso contemplá-las daqui, do nível superior
São estradas curvilíneas, defeituosas
De vida transbordante, onde as plantas ainda são vistas aqui, acolá
(Que palavra mais incomum! - acolá - poderia mesmo ser o nome de uma fruta Suculenta, de cor vermelha, casca rugosa, azeda.
Não! Isso já existe e se designa morango)
Por mais que eu queira, não estou voando...
Vejo tudo com as condições da fantasia
Flores nasceram onde as vias se entrelaçaram
Talvez tivessem brotado por razão de um sentimento que ali houve
Num canto, sob uma árvore imensa, um assento posto de lado
Representação dos minutos que se foram
Noites, madrugadas.
Longas trocas de palavras caladas.
Vontades.
Impossível voltar no tempo.
Tudo vive, neste instante, na recordação.
A partir daquele ponto,
Somos linhas paralelas.
E tudo é como tem que ser.