Quando passa na janela
um rasante vento raso,
e espia casa adentro
arrepiando um contexto tão parado...
Não resiste, entra e sacode os desalentos,
espanta essa poeira que encobre os retratos,
que registraram os fatos numa imagem congelada,
movimenta os aventais que estão estendidos,
desesconde escondidas intenções...
Muitas vezes traz consigo um temor
que remexe nossos medos,
abre as tolhidas portinholas
que segredam as guardadas emoções...
Eles voam em redemunhos
que acordam atitudes,
que sacodem as ações
num pedir vivência à vida...
Mas por outra ventania,
que também entra e arrepia,
nos descobre os leves sonhos,
vira as folhas de um livreto
que nos tem em livre escrito,
mas não lemos já faz tempo...
E esse vento ventania
vem então nos acordar,
sua missão evidencia,
nos assopra dentro d'alma
que viver é alegria,
que viver é só magia...
(Republicação)
imagem: google