DESCOMPASSO
Um poema me chegou
confuso, difuso,
com palavras apagadas,
que no ar ficam paradas...
nada entendo, nada li.
Voltas dá o parafuso
tentando entrar na madeira,
que pode ser aroeira,
duro cerne, duro esforço.
Mas em meio ao alvoroço
nasce o dia, tudo esqueço.
Perdi-me do fim, do começo...
Canta, alegre, um bem-te-vi.
. . .
APESAR DOS PESARES (Milla Pereira)
No descompasso da vida
busco apoio e guarida
nas coisas que já vivi.
Eu sou ferro e madeira
e tenho a vida inteira
pra esquecer o que sofri.
No cerne de meu destino
às vezes, em desatino
o sangue corre nas veias...
Conquanto seja a sorte
tão temida quanto a morte
e a incerteza que permeia.
Remando contra a maré
seja o que Deus quiser,
sempre há um recomeço.
No cantar de um passarinho
encontrarei o meu ninho
que ser feliz, eu mereço!
. . .
Sozinha não tu estás
Tens a mim junto de ti
Volta por cima darás
Olha pra mim bem te vi.
Marllene Borges braga
. . .
Nos descompassos da vida
Ajusto o fio da navalha
Busco a segura guarida
Que a toda vida orvalha.
Conceição Gomes
Obrigada a vocês, amigas, que vieram
tornar mais colorido este espaço
Ajusto o fio da navalha
Busco a segura guarida
Que a toda vida orvalha.
Conceição Gomes
Obrigada a vocês, amigas, que vieram
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