Batalha

Com tanto horror, talvez a dor

das delícias da vida estivessem esquecidas.

Vazio no peito...

Se pelo menos no lugar desse espaço vazio,

que corrói meu ser,

tampouco procurado pelo ser amado,

amor ou ódio eu sentisse

ou qualquer outro sentimento...

Não grito, pelo espaço em branco.

Não berro, pela garganta muda.

Não lembro, pela ausência de vivência.

Não toco o cálice introvertido

da manhã molhada pelo pesadelo noturno

que outrora fora o amante insaciado.

O beijo da mulher amada

aconchega-me na calada fria

de um ser obscuro de olhar gelado.

De um portal imaginado

Pela falta louca de seres verdadeiros.

Persigo óbvias soluções

para de novo não perder o sentido da vida

ofuscado a todo instante

despido de ânimo para a batalha

que deixei pra trás

embaixo desse carvalho onde me sentei.

Como numa tela de plasma

vivências de outros passam diante de mim

alegrias e choros, como o é

em um peito normal de qualquer ser vivo.

JorgeBraga
Enviado por JorgeBraga em 14/08/2011
Código do texto: T3159240