Batalha
Com tanto horror, talvez a dor
das delícias da vida estivessem esquecidas.
Vazio no peito...
Se pelo menos no lugar desse espaço vazio,
que corrói meu ser,
tampouco procurado pelo ser amado,
amor ou ódio eu sentisse
ou qualquer outro sentimento...
Não grito, pelo espaço em branco.
Não berro, pela garganta muda.
Não lembro, pela ausência de vivência.
Não toco o cálice introvertido
da manhã molhada pelo pesadelo noturno
que outrora fora o amante insaciado.
O beijo da mulher amada
aconchega-me na calada fria
de um ser obscuro de olhar gelado.
De um portal imaginado
Pela falta louca de seres verdadeiros.
Persigo óbvias soluções
para de novo não perder o sentido da vida
ofuscado a todo instante
despido de ânimo para a batalha
que deixei pra trás
embaixo desse carvalho onde me sentei.
Como numa tela de plasma
vivências de outros passam diante de mim
alegrias e choros, como o é
em um peito normal de qualquer ser vivo.