[Amor Vira-Latas]

[Tramas sutis de Poesia e Pintura - Poema desentranhado de um quadro]

Amor, não lamentes a tua sorte;

pago-te com estes meus versos

a breve hospedagem que me deste

neste teu peregrino coração!

Foste bastante avara nos carinhos,

recusaste a pagar-me pela coleira

com que prenderias o meu amor,

este lambilento cãozinho vira-latas!

Assim, nem os teus encantos de fêmea,

nem as tuas mãos cheias de promessas,

nada me trará de volta à tua cama!

Não quiseste a coleira — o cão fugiu!

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[Desterro, 25 de outubro de 2005]

Excerto do meu Caderninho #4

Carlos Rodolfo Stopa
Enviado por Carlos Rodolfo Stopa em 14/08/2011
Reeditado em 14/08/2011
Código do texto: T3158920
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