MERAS IDIOSSINCRASIAS

A vida se desvela ante mim,

Matizes, imperceptíveis nuances,

Nasce um súbito desejo

De narrar em romances

Tudo o que sinto e vejo:

Mesa de bar, mulheres, música, luar,

Palavras, rimas, metáforas, sintaxes,

Dores, alegrias, indescritíveis faces.

Papel sobre a mesa – nada escrito,

Na mente, inenarráveis lances:

Meras idiossincrasias do meu espírito;

“Ainda que eu soubesse todas as línguas dos homens,

E mesmo a língua dos anjos”,

De nada me adiantaria:

Não sei escrever romances,

Não quero fazer profecias,

Estou farto de filosofias

E a vida não se resume em poesias.

Manoel de Almeida
Enviado por Manoel de Almeida em 14/08/2011
Código do texto: T3158834
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