(((((:::::INQUIETA-ME:::::)))))
Palavras que disseste como um sol que me queimava,
olhos loucos de um vento em paixão que soprava
em olhos que eram meus, e mais felizes,
palavras que dissestes, mas não mais dizes.
Palavras - segredos que eram lentas madrugadas,
promessas imperfeitas, odes murmuradas
enquanto os nossos beijos permitiam, a arte enluarada
Palavras que dizias, que traziam a calma das estrelas
à noite que assomava ao meu ouvido...
Palavras que — que são minhas, só minhas, pois persistem
na memória que arrasto pelas ruas.
Outono do amor que folhas moves na direção dos corpos separados
e molhas desses prantos ignorados de quem da primavera
conheceu o movimento destas esperas
a voz própria cansada e de vozes caladas e de folhas
ao pé da tua boca no desfalecer à pele do sorriso
Sufocando de prazer com o teu corpo com o meu tino
Trocar tudo por ti se for preciso
A tua nudez inquieta-me. Como um temporal.
Ou como palavras ainda não inventadas,
inquieta-me. Abre o meu corpo
para um lado misterioso e frágil.
Numa violência suave, um campo batido pela brisa
no mês de Janeiro quando sobem as flores
pelo ventre da terra fecundada.
Eu desgraço-me, tenho um pensamento despido;
De mão dada contigo entro por mim dentro
a encher a minha carne de transparência.