MULHER-DE-RAPINA

Sobrevoas selva rochosa

com olhar lateral elegante

como ave de rapina

Fixa sua objetiva

voando razante

sobre objeto de desejo

Mergulha sem medo

sobre a vítima

indefesa sem ação

Inerte e hipnotizada

sua caça nada suplica

deixa-se atingir.

Penetrada por garras

sem dor ou sangue

calmamente relaxa

Aguarda alçar vôo

dominado e manso

pela fêmea feroz

Espera saciar

sendo saciado

por tua volúpia

Peitos empinados

ouvir-se-á teu trinado

anunciando o prazer

Retomarás tua sina

mulher-de-rapina

paixão indomável

Do livro Caminhos da Vida / 1997 deste autor.