MEU PAI (à memória de Genesio Abel dos Santos um pioneiro

A infinitude deságua

Como boqueirão no açude

Pôr-de-sol enlaçando a alma

É rotina doída na aridez do costume

O sol está com bolhas no pé

Seu Genesio não os vê

Sua vista coberta de sertões

Tão longe deixou o norte

A cegueira da fé iluminando a razão

Do Planalto Central

Erguem suas mãos alvoradas

Da Parnaíba-Carcará

Ao pé do Gavião-Cruzeiro

Humilde sertanejo

Sem desmerecer a sorte

Quase analfabeto

Vestiu a vida com o suor da luta

Companheiro diário da esperança

Teve nela guarida

Tirando em cada dia o espinho

Sentiu com justiça o perfume da vitória

Esta natureza nos mostra

Que homem valioso não tem idade

Em seu sorriso contém um olhar de outono

Como sol acalentando sua alma

Faz com que suas mãos enrugadas

Como a geografia do tempo

O faça mais forte que

Todas madrugadas juntas.

BARUC
Enviado por BARUC em 13/08/2011
Código do texto: T3157427
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